quinta-feira, 18 de outubro de 2012

SOBRE A NOSSA FALTA DE PROFISSIONALISMO E DAS SUAS CONSEQUÊNCIAS

Caros colegas oficiais de justiça de todo o Brasil, boa noite!
Esse caso que acaba de acontecer, hoje, no estado de São Paulo leva-nos a uma reflexão e a uma constatação.
Como executores e materializadores das ordens judiciais quão amadores encontramo-nos!!!
Na nossa profissão não costumamos pensar para agir. Se assim não fosse jamais (!!!), o colega paulista teria saído em diligência acompanhado de um enfermeiro e de um psicológo...
Teve sorte o colega  e os seus acompanhantes!
E se tivessem fenecido? Três vidas pereceriam simplesmente!
E o atirador? Contra ele a Justiça nã teria muito o que fazer... não poderia imputar-lhe quaisquer dos crimes previstos no nosso CP... é inimputável... é portador, ao que parece-nos, de uma doença mental!
E, refletindo sobre esse fato que, por pouco não foi-nos fatal, é que constato o nosso amadorismo e a necessidade, urgentíssima, de profissionalizarmo-nos. De pressionar os TJs de todas as unidades federativas, objetivando que estes criem cursos de formação técnica e prática para a nossa carreira.
Com a complexidade das ordens judiciais que temos que executar não basta-nos ser bacharéis em Direito e amealhar-mos bons vencimentos. Mais que tudo isto, temos que possuirmos técnicas, todas as que necessárias façam-se, objetivando um controle absoluto do desenvolvimento e dos resultados das diligências realizadas.
Melhor explicando! As diligências não podem sair dos nossos controles sem que tenhamos subsídios técnicos, treinamentos, que visem a retomada, imediata, de tais controles.
Não é mais admissível que o oficial de justiça seja um ingênuo, um mero "entregador de mandados", um "carteiro da Justiça", um inimigo dos cães caseiros e das ruas.
Não podemos mais admitir oficiais de justiça, em plena atividade, que não saibam manusear e utiliazar uma arma de fogo! Que não teham conhecimentos, em defesa pessoal, que permitam-lhes desvencilhar-se de assédios e de agressões. É impensável um oficial de justiça, nos dias atuais, que não domine técnicas de abordagem.
É impensável, nos nossos dias, um oficial de justiça totalmente despreparado para exercer as suas atividades de campo, sair em diligência acompanhado de pessoas que componham um dos pólos processuais ou mesmo de pessoas outras, um enfermeiro... um psicólogo..., tão despreparados quanto ele.
Dessa vez, entre mortos e feridos, escaparam todos. Entretanto, lembrem-se do velho ditado que diz: "Nem todo dia é dia santo".
 
Por RUI RICARDO RAMOS
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

3 ANOS DE MEIRINHOMOROFICIAL E DE PRESTAÇÃO DE INFORMES AOS OFICIAIS DE JUSTIÇA BRASILEIROS.