sexta-feira, 16 de março de 2012

SINUCA DE BICO...(?) OU SUBSERVIÊNCIA...(?)

"Estamos numa sinuca de bico”, declara Sartori, presidente do TJ.

Por Fernando Porfírio


Desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo, irritados com a escassez de recursos da corte, apontaram suas baterias nesta quarta-feira (7) contra o governo Geraldo Alckmin. A reação ocorreu durante sessão do Órgão Especial, colegiado de cúpula da corte paulista. Um grupo de magistrados fez críticas públicas ao governo do Estado e o responsabilizou pelo sucateamento do Judiciário.

“Toda essa situação acaba repercutindo no Executivo. Então, que se apure também a responsabilidade, até improbidade administrativa, se for o caso, do chefe do Executivo”, propôs o desembargador Luiz Pantaleão.

“Não é a solução final, mas é a solução jurídica, exatamente uma ação judicial”, disse o desembargador Walter Guilherme, ex-presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Ele até fez uma ironia ao recomendar “monitoramento” do governador, medida adotada para acompanhar a produção de juízes em falta com o serviço.

“A gente sabe que todo governador, eles são todos muito simpáticos, muito receptivos, nos tratam muito bem, nos levam até o carro, nos dão cafezinho. Vamos aguardar sem nenhuma guerra contra o governador, mas vamos colocar o governador sob monitoramento, quem sabe dando 60 dias”.

O assunto foi levantado durante o julgamento de um processo administrativo disciplinar contra a juíza Maria Thereza Nogueira Pinto, de Cosmópolis. A magistrada era acusada de acumular acervo de 24 mil processos. Por maioria, o Órgão Especial absolveu a magistrada, depois que seu advogado, José do Carmo Seixas Pinto Neto, alertou para as condições precárias de trabalho a que Maria Thereza é submetida.

A deixa do advogado foi o estopim para fazer magistrados do mais importante colegiado do Tribunal de Justiça voltar suas artilharias contra a chefia do Executivo paulista. “Ainda não estou dando aperto nenhum [no governador] e peço a vocês (jornalistas) que sejam discretos porque fica uma situação de confronto e não queremos isso”, ponderou o presidente do Tribunal, desembargador Ivan Sartori.

“A situação é extremamente crítica e já expus isso a ele (Alckmin). Não vamos deixar que isso fique assim, mas vamos esgotar a negociação. Acredito na sensibilidade do governador, acredito no diálogo. Estamos numa sinuca de bico”, completou Sartori.

A preocupação maior do presidente da corte paulista é com a data base dos servidores. Ele reafirmou que a investigação sobre pagamentos antecipados no tribunal beneficiou “dezenas de servidores”, inclusive assessores de desembargadores que integraram a Comissão de Orçamento e Finanças do tribunal. Alguns funcionários receberam até R$ 250 mil por férias e licença-prêmio não cumpridas.
Fonte: AOJESP
Publicado em MeirinhoMor.Of por RUI RICARDO RAMOS

Nenhum comentário:

Postar um comentário

3 ANOS DE MEIRINHOMOROFICIAL E DE PRESTAÇÃO DE INFORMES AOS OFICIAIS DE JUSTIÇA BRASILEIROS.