quarta-feira, 29 de junho de 2011

A GREVE EM PERNAMBUCO NÃO TERMINOU. ESTÁ SUSPENSA!

O objetivo de um movimento grevista é servir como instrumento de negociações. A categoria dos trabalhadores do judiciário pernambucano, guiada pelas três entidades representativas, SINDOJEPE, SINDJUD-PE e ASPJ, decidiram decretar GREVE que teve seu inicio dia 09 de maio de 2011, com o objetivo de negociar com a presidência do TJPE, o cumprimento total da Lei nº 13.550/2008.
Para isso, o TJPE deve criar uma Lei específica que regulamente os reajustes anuais dos servidores que estão congelados desde o ano de 2009. Por diversas reuniões com a assessoria da presidência deste egrégio tribunal com o Comando de Greve, foi comprovada a intransigência por parte da presidência do TJPE, em não querer negociar de nenhuma forma o IPCA que não foi pago nos últimos três anos, somando-se um percentual de 18,36%. Sem haver negociação a categoria decidiu pela SUSPENSÃO da greve no dia 20 de junho de 2011. Passo a avaliar alguns aspectos:
ADESAO
A adesão ao movimento paredista foi positiva e histórica, pois é a 1ª vez que observamos cargos de chefias no interior e na região metropolitana aderirem em massa a uma GREVE de nossa categoria. Presenciamos assessores de magistrados colocando o cargo a disposição. Mais de 20 chefias do setor de informática aderiram ao movimento. Presenciamos pela 1ª vez historicamente muitos e muitos servidores em estágio probatório cruzando os braços em luta pelos seus direitos. Em contra partida tivemos um grande número de servidores que não aderiram à greve, devido ao assédio moral, seguido de represálias ou devido a não achar a GREVE justa na atual situação; e a estes devemos respeitar suas opniões. No entanto, mesmos estes que não fizeram parte da infantaria, quando preciso foi, não acessaram o sistema, não fizeram publicações no Doe, não distribuíram mandados, contribuíram com o fundo de greve, participaram das assembléias importantes e decisivas.
INTRANSIGÊNCIA
Alguns poucos comentaram que “O SINDICATO”, foi intransigente; devo lembrá-los que o Sindicato desde Janeiro de 2011 até agora, não decidiu nada, pois quem decide é a categoria em Assembléia e toda assembléia ela é soberana em relação a outra, mesmo porque fui testemunha ocular por diversas vezes de  ver opiniões de diretores e da própria presidente serem vencidas em assembléia. Vale salientar que a categoria exige do TJPE, o pagamento dos reajustes anuais que não foi realizado há três anos; e como prova de ser flexível, a categoria em nenhum momento exigiu o pagamento deste percentual, retroativo a maio de 2009, o que é de direito legítimo nosso.
Intransigência houve sim, por parte da presidência do TJPE, em não oferecer nenhum percentual mesmo que menor a 18.36%, como prova de querer solucionar o problema da categoria.
MOTIVAÇÃO
A categoria, como já mencionado entrou em greve para negociar os reajustes anuais que não foram pagos pelo tribunal desde 2009, muitos confundem com o PCCV, o que é uma inverdade. A categoria anseia por um Plano de Cargos Carreiras e Vencimentos, benéfico pra todos os cargos existentes na categoria. Um PCCV que valorize os servidores como um todo, tanto os antigos como os novatos. Que valorize o Analista, o Técnico, o Oficial e o Auxiliar que apesar de ser um cargo já “extinto” é essencial neste Tribunal. Que preserve os direitos adquiridos dos servidores. Tanto o 1º plano como o segundo apresentado dia 20 de junho não se baseiam nestes conceitos, por esse motivo a categoria em assembléia rejeitou por completo ambos, e entende que essa discussão será mais longa e mais pra frente e que a greve não resultou do PCCV e sim de negociar pelo nosso IPCA.
SALDO
Houve falhas? SIM! Por parte do sindicato como gestão, como diretoria, por minha parte talvez, como diretor da entidade; houve falhas em algumas decisões da categoria; houve falhas em talvez não aderir ao movimento. Falhas houve. No entanto, o saldo do nosso MOVIMENTO DE GREVE FOI POSITIVO! Positivo? Conseguimos o IPCA? Não! Mas foi positivo. Nossa greve não foi decretada ilegal. AS ENTIDADES DEMONSTRARAM UMA EVOLUÇAO JURÍDICA.
Ilegal foi o desconto efetuado pela presidência do TJPE.
Temos que encarar as falhas como aprendizado. E essa categoria aprendeu muito. Estamos unidos! Isso foi o mais importante. Ganhamos mais consciência política em relação aos nossos direitos. Conhecemos vários colegas de outras comarcas e suas dificuldades locais. GANHAMOS ANIMO!
Aprendemos que em relação a outras comarcas nossos problemas talvez sejam “mínimos”.
HOUVE IMPACTO! O presidente da OAB reclamou da greve na MÍDIA, além de demonstrar de que lado ele estar realmente e com quem realmente podemos contar. PARABENS SERVIDORES! SALDO 100% POSITIVO.
O QUE FAZER?
A greve foi suspensa, o estado de greve continua! Haverá assembléias nas primeiras semanas de julho. O QUE FAZER?
SINDICALIZAR-SE E ASSOCIAR-SE!
O Colega Alexandre Fernandes lotado em uma das comarcas da região metropolitana, fez um calculo onde comprava que se os 5.000 (cinco mil) servidores ativos fossem sindicalizados e associados, as duas entidades juntas teriam uma receita aproximada de R$100.000,00 (cem mil reais) mensalmente. O que seria suficiente numa próxima ocasião as entidades cobrirem os descontos dos servidores que aderissem a greve. Seria suficiente para toda a categoria aderir ao movimento quando preciso fosse. Faça sua parte SINDICALIZE-SE E SE ASSOCIE, só unidos conseguiremos nossos objetivos.
Por tudo aqui explanado, A GREVE DOS TRABALHADORES DO PODER JUDICIÁRIO DE PERNAMBUCO, se resume em uma palavra EVOLUÇÃO!
LUCAS NUNES DA SILVA
AUXILIAR JUDICIÁRIO
DIRETOR DE COMUNICAÇÃO DO SINDJUD-PE
Caruaru, 26 de junho de 2011.

Publicado em MeirinhoMor.Of por RUI RICARDO RAMOS.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

3 ANOS DE MEIRINHOMOROFICIAL E DE PRESTAÇÃO DE INFORMES AOS OFICIAIS DE JUSTIÇA BRASILEIROS.